Vestido de branco, como sempre, ele avança metamorfoseando-se com a paisagem. Estende a língua para abraçar os flocos que voam e tenta sentir a individualidade deles se derretendo e misturando-se com sua vida. Imagina que consegue, mas no fundo sabe que não.
Levanta o dedo indicador e com delicadeza imagina estar tocando uma folha macia. A árvore rapidamente transforma-se em um corpo humano. Agora toca uma face macia.
Sacode a cabeça e segue em frente.
Seus pés afundam-se na neve pastosa, mas ele acha bom. Ouvindo atentamente, percebe que o vento lhe diz algo, mas prefere ignorar. A solidão lhe agrada por assegurar que está só.
Apesar de saber que solidão é relativo.
Apesar de saber que cada floco é alguém, que a pastosidade da neve é apenas uma sensação, e que a memória da árvore... é apenas uma memória.
Pierrot.
Thursday, March 29, 2007
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