Monday, March 20, 2006

Apoteose Natural (Intróito panegírico do amor de caráter fabuloso)

¦3 *Suspira*

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Adoro comparar o amor a uma teia de aranha, um tema recorrente, algo que é definido por várias linhas de pensamento bem definidas e lineares, à primeira vista. Para não me tomarem por previsível é mais fácil pensar no amor, dentro dessa metáfora, pensando na figura, que tomamos por secundária, da aranha. Não é algo tão simples de ser exposto, deve ser, antes de tudo, dilacerado e exposto aos olhos como as vísceras de um condenado, não apenas nesse exemplo em específico mas sim em todos os exemplos e também pensamentos que nossa mente proficuamente possa tecer. Para tanto devo me posicionar perante os meus pensamentos de forma altiva, serei o verdugo dos meus íntimos desejos e pensamentos. Portanto pensemos em uma situação específica: Como é possível obter um café de excelente qualidade? (Existem dentro das linhas de raciocínio que permeiam minha mente padrões e objetivos que, por mais contundentes que sejam, devem ser seguidos. É uma ação mecânica que em teoria e em categoria de intimidade, com minhas idéias, tornaram-se imperativos categóricos há muito, portanto não me despirei destes para colocar em prática minha explicação.) Um café de qualidade depende de alguns elementos, citarei: o papel do filtro deve ser de boa qualidade, a temperatura da água deve estar ideal, devem ser observados os grãos do café, o tempo de filtragem bem como a quantidade de água para tal, após todo esse processo é garantido que teremos então um excelente café? Quem sabe? Afirmo que seja mais fácil que mesmo com uma água salobra, imprópria para o uso, com os grãos menos portentosos e com o filtro de pior qualidade, nossas mães sejam capazes de produzirem a bebida de forma mais sublime que nós, com toda essa parafernália.

Estávamos falando de amor, não? E aonde diabos chegaremos com essa explicação desvairada? Ora, tudo que foi dito refere-se ao amor, em suas infinitas formas, mas ainda não me utilizei de meu exemplo mais delirante: A aranha.

O amor, em verdade, é algo análogo a teia que a aranha tece. Geramos em nosso íntimo e produzimos quando temos necessidade, necessidade essa que é a de sobreviver pois o homem é nascido essencialmente para tal. A teia simboliza, para mim, algo infinitamente superior e transcendental que milhares de sentimentos, tecemos ao nosso redor com esse sentimento que emana cálido do nosso imo, como já foi dito, uma trama viscosa de pretensões e a ansiedade que no peito inflama toma a forma de um amante (a fuga da realidade, a vítima das idealizações), nesse ponto a teia e o amor confundem-se e miscigenam-se em um conceito de propriedade. Produzir algo dentro de nós com a força de nossa alma para suprirmo-nos com esse benefício divino, parece egoísmo, mas é apenas o curso natural dos fatos. O amor é o sentimento mais egoísta vil e vilipendioso que existe é para tanto que nessa relação precisamos de um hemisfério que seja a vítima desse sentimento, para que o sentimento não se polarize ignóbil em nosso interior, é por isso que o amor é composto de duas pessoas. A capacidade de encontrar em outro o contra-ponto essencial de nossa alma, o que nos torna perniciosos por prender sublimes criaturas na teia do nosso sentimento, e o quê nos torna especiais por compartilhar da bondade de um amante.Entre duas pessoas existe um imenso abismo de indiferença que é simbolizado empiricamente pela incapacidade de compreensão intrínseca ao ser humano e presente nas formas de expressão existentes. Quando preservamos a teia que nos une a outra pessoa devemos ser precavidos e extremosos. A teia representa nossos sentimentos: Infinitamente belos pela bondade da natureza e essencialmente instáveis pela insustentável leveza de nosso ser.

Essas são as palavras de um jovem de olhar firme, nariz aquilino, cabelos negros banhados pela infinita luz do fogo de uma lareira, os olhos são o reflexo do próprio olhar diante de um espelho e a certeza de eternidade no coração faz sua cadeira trepidar e mover-se sozinha.

Uma cadeira de balanço.

Contradições.

Zeppo, assim me apresento.


OBS: Apesar de "O Amante" ser um título mais específico para referir-se a essa personagem, por uma questão de preferência prefiro chama-lo por esse nome do quê por apenas esse título, alcunha ou o que quer que seja.

4 comments:

Anonymous said...

Moço, moço ^^ falei que non ia comentar, mas aqui estou \o\ msm para não acrescentar nada xD
Esse está um pouco diferente, grande *-* e mto bonito como sempre.
Estava vendo aqui uns poemas que você escreveu a algum tempo ^^ seu jeito de escrever mudou um pouco \o\ creio que ficou um pouco mais simples porém parece que tem mais conteúdo @@ non sei como explicar xD mas continuam ótimos ^-^
Te amo .-.~
Bai o/

hybrid_persona said...

O Amante.
Bom saber que ele existe. Um dos poucos que ainda filosofa sobre o que faz. Por isto mesmo exerce a arte de amar.

Quanto à máscara que cobre o pseudônimo (sim, isso mesmo), confesso estar intrigada com o caráter didático, explicativo e científico do texto. Muito difere dos outros.

Talvez este ecletismo seja positivo.

Anonymous said...

hayy \oo/
otimo texto, mt bom msmo o.o...e...eh um otimo ponto de vista sobre o amor o.o..realment..mttt diferente ao que eu costumo acreditar, mais enfim
o texto tava otimo, palavras dificeis sempre! XD~
aoiheaoi
mais isso deixa um certo charme ;D~
acho q vou ler o dicionario u.u
enfim
adios mutchatcho )=[D~

Anonymous said...

Vou pensar duas vezes antes de escrever outro texto procurando variar a forma.
Parece que não apreciaram muito, fazer o quê?
A vida é uma constante vicissitude, tão constante que: pensar em mudar é desperdício de tempo pois a cada segundo dessa intenção a vida já mudou infinitas vezes.
Quem sabe isso seja só bobagem da minha cabeça, ou uma desculpa por ter ficado intelectualmente estéril.
Matem meu cérebro, mas me deixem a alma, quem sabe da próxima vez faço algo melhor !