Thursday, November 17, 2005

Corda bamba

Pantaleão que não se vê enganado pelo belo ser que diz-lhe ser seu. Mas quem sabe o que dirá a outrém?

Pantaleão apaixonado por uma bela máscara. Quem é ela? Ela diz ser sua. Mademoiselle Colombina?

Como não poderia sê-lo? Um doutor tão bem apessoado como monsieur Pantaleão, decerto arranca suspiros de jovens sete vezes mais bels que a pequena Colombina. Que a bela Colombina.

Doutor? Não, este é outro. É aquele cavalheiro de alta cartola e bengala, vê? Doutor de quê? Quem foi que ele curou?

Silêncio.

Pantaleão caminha pelo mundo dando pulinhos ocasionais de regozijo e assobiando uma musiquinha alegre que dedica à sua amad. À imaculada Colombina.

Pantaleão equilibra-se na corda bamba. Acha que sabe onde vai, mas não tem noção do perigo. A corda, na verdade, só conduz a um destino. Teria ele alguma escolha, senão pular?

Ao final da corda, no mastro, do outro lado, Colombina o espera com malabares de bolas coloridas. À amarela, sorri e chama Pantaleão. À branca, escarneia e joga ao chão. Toma a vermelha entre os dedos e, voluptuosa, tasca-lhe um beijo. Que fez partir-se a corda de Pantaleão, que, desamparado, cai.

Os tambores rufam.

Será que Pantaleão ainda há de erguer-se?

Colombina sorri. A cruel Colombina.

Pantaleão.
que quer ser enganado

3 comments:

Anonymous said...

Sabe.... eu conheço a Colombina, mas à mim ela se apresentou como Paixão ^^

hybrid_persona said...

Nhaaaaaaaaaaaaaaaaa. i.i
Ninguém comenta meus posts! u.u´

hybrid_persona said...

Merci, mademoiselle biscuit! XD