Thursday, November 17, 2005

Misterioso Prazer !!

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Olhem só como minhas mãos são macilentas e calejadas, mãos assim são mãos fatais, mãos que já tocaram com carinho a face da morte. Encarar seus atros olhos por uma única vez muda o semblante de um mancebo ou rapariga eternamente, mas, alguém que coaduna com a donzela negra fica com rubra marca bruxuleante na alma.

Essa marca é um sinal, para que todos saibam que eu sou alguém que amou profundamente e profundamente foi amado, alguém que envolveu-se incompreensívelmente com o próprio egoísmo, alguém que avantajou-se perante a humanidade ignóbil. Uma pessoa que agora paira acima da vida ou da morte, aquele que regozija-se em sentir o toque cálido, suave e perfumado da bela donzela vermelha, a maculada virgem que insiste em cobrir-lhe o corpo com sua pele delgada nas noites lúgubres.

Olhem bem para o céu azul, em meus olhos o céu apenas é o reflexo de meu coração, um ocaso de crueldade colorido com o negro do meu destino. A hipocrisia do sorriso que ostento é maior que o vazio que me vai no peito.

Vejam essa mãos e como as colunas de meus dedos são portentosas, são as mãos de um pai sábio, que por amor a criança querida cantou uma canção de beleza, que lançou o pequeno ser admirado nos belos cabelos de um mundo onírico. Minha adorada família, o mundo é cruel demais para tê-los, sublimes presenças. Farão parte de um céu estrelado que cobre as órbitas dos meus olhos negros que imortalmente derramam lágrimas de pecado. Viverei em resignação, liberto do meu simulacro secular, onde a vida e a morte se prostrarão para que eu sobre elas possa caminhar.

Sim, querida família... As vezes meus lábios, esses portões da vergonha não conseguem conter essa gargalhada, a gargalhada que ecoa do meu imo, por dizer tantas bobagens.

Boa noite, Bela noite, Ah um prazer !

Essa noite convidarei a donzela rubra a comigo vir gozar a valsa da paixão, e só então, liberta-la-ei de sua prisão.

Atenciosamente, até a próxima dança.

Polichinelo.

5 comments:

Anonymous said...

Agora Talles comenta no post do Tama mesmo.

Em relação ao texto, Talles vê algo de familiar ali... Esse desejo mórbido pela morte é algo que sentimos quando nossas almas estão inquietas em frente ao desconhecido. Talvez algo que tenha deixado a pessoa tão triste que seu desejo pela vida por um amor irrealizável se acaba.
Talvez esse desejo inalcançável de dominar a vida e a morte seja a maior busca humana, queremos nos libertar deste siclo de expiações para transcendermos os sentimentos e as emoções para vivermos simplesmente para o alcance da perfeição. Abandonar tudo e partir em uma busca eterna pela superação pessoal. E nada melhor do que polichinelos para manter a elasticidade do corpo ^^

Fim do transe psicótico-suicida. Aqui Talles retoma consciência de sua mente, e espera que nada de muito absurdo tenha sido escrito.

Bloody kisses estrelados, para todos

Anonymous said...

i.i hehe duvido que alguém vai entender o que o post realmente quer dizer *-*

hybrid_persona said...

Com vosso perdão, monsieur Tama, mas creio saber de imediato a quê se refere.
É indiscutivelmente óbvio o assunto do qual trata vossa senhoria neste seu último post. Devo dizer que uma pessoa educada como eu não possui dificuldade alguma em entender da magnitude do assunto o qual aborda com tamanha competência.
Agradeço-vos, no entanto, por fazer uma grande tentativa no sentido de elucidar pobres almas incultas que não têm meios pelos quais inalarem a sabedoria inerente a nós, grandes imortais da humanidade.
Até breve.
Doutor

Anonymous said...

As danças são eternas... assim como as músicas que as regem. Elas só terminam pois o ser humano censura seus desejos...

Anonymous said...

É biscuit, você tocou de leve na resposta certa, mas por causa de uma palavra, agora eu estou rindo de você, e me sentindo muito bem por ter escrito algo tão simples que tornou-se tão misterioso. *-*

Um beijo para o meu adorado alter-ego, que prefiro chamar de adorável inspiração. ^^